quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A teoria crítica da indústria cultural



A primeira instituição alemã de pesquisa de orientação abertamente marxista foi o Instituto de Pesquisa Social, afiliado a Universidade de Frankfurt, fundado por alguns intelectuais como Friederich Pollock e Max Horkheimer. Os estudos iniciais da instituição têm por objeto de pesquisa a economia capitalista e a história do movimento operário.
O Instituto engaja-se na crítica. A pesquisa social levada a efeito pela teoria crítica propõem-se como teoria da sociedade entendida como um todo, essa questão mexe com duas doutrinas distintas: Capitalista X Socialista. Denunciando a separação e a oposição do individuo em relação à sociedade como resultante histórica da divisão de classes, a teoria crítica confirma a sua tendência para crítica dialética da economia política. O ponto de partida da teoria crítica é a análise do sistema da economia de mercado: desemprego, crises econômicas e a condição global das massas, ou seja, sua cultura.
O termo Indústria Cultural foi criado por Adorno e Horkheimer, e surgiu para substituir a expressão “cultura de massa” que nasce espontaneamente da arte popular. A qualidade estética dos produtos culturais é perfeitamente adequada ao sistema capitalista. O domínio que a indústria cultural exerce sobre os indivíduos é grandioso e notável. O processo imperativo integra cada elemento, o tipo, a função e a qualidade do produto são impostas ao consumidor de tal forma que ele vê-se obrigado a adquirir o produto.
 Na época atual a indústria cultural age respectivamente dentro de três funções: produção em série, padronização e divisão do trabalho. Revistas, programas de TV ou filmes, os produtos da indústria cultural paralisam a imaginação e a espontaneidade pela sua própria constituição. São feitos de forma a conseguir manipular a atividade mental do espectador. Construídos propositadamente para um consumo não comprometedor, cada um desses produtos reflete o modelo do mecanismo econômico que domina o tempo do trabalho e o tempo do lazer. 
À medida que as posições da indústria cultural se consolidam, mais podem agir sobre a necessidade do consumidor, guiando-o e disciplinando-o. O sujeito encontra-se dessa maneira, vinculado a uma identidade sem reservas com a sociedade, que sempre é a vencedora e assim o individuo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais.
 O fato é que o capitalismo transformou nosso trabalho e nós mesmos em mercadoria, tirando a essência do ser humano de ser livre para pensar e agir. O homem que antes utilizava a força física, hoje usa a intelectual. E é regido pela teoria crítica que é alinhada ao materialismo, esse por sua vez habita na racionalidade técnica, estágio atual do desenvolvimento tecnológico da indústria cultural.

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